Mais um dos doramas... dessa vez um j-drama... e nada menos
queeee.. Sunadokei! Fiquei bem contente em conseguir esse filme, porque o mangá
é um dos meus prediletos. Confesso que o traço de Hinako Ashihara não é lá dos
mais bonitos, mas com certeza sua narrativa e desenvolvimento de personagens
está anos luz de muita obra por ai que esteticamente é perfeita.
O mangá chegou em terras brasileiras em 2008 se não me
engano, publicado bimestralmente pela editora Panini, totalizou 10 volumes. Uma
das minhas coleções mais queridas, confesso.
A história tem como personagem
principal Ann, que após o divórcio de seus pais, passa a morar com a mãe em
Shimane, na casa de seus avós maternos (anteriormente moravam em
Tokyo). Lá, conhece Daigo, e logo ficam juntos. Fugi e Shiika, irmãos pertencentes
a uma família tradicional da cidadezinha, também aparecem e contribuem
para que a história seja repleta de vínculos de amizades. A mãe de
Ann, deprimida e sentindo-se fracassada, comete suicídio, deixando
Ann aos cuidados dos avós. E dai por diante acontece um rio de coisas...
Ann volta a morar em Tokyo com o pai, há o relacionamento a distância com
Daigo, Fuji e Shiika passam a ter papéis mais importantes na história e assim
por diante.
O estilo da narrativa enriquece imensamente esse
roteiro aparentemente simples.. Ann inicia a história com 12 anos e
termina a narrativa com 20 e alguma coisa... é mostrado o desenvolvimento
de cada um dos personagens, suas reviravoltas e como as decisões da vida adulta
foram influenciadas pela infância e adolescência mostrada. É bastante
interessante e justamente por tratar de um conjunto de
rotinas, vários altos e baixos, e pequenas decisões que
compõem a vida de alguém, é complicadíssimo resumir isso em um filme de
2h..
Porém.. os diretores foram bastante habilidosos em compor
Sunadokei -o filme... é claro, comparações são inevitáveis... é realmente uma
pena que alguns personagens não tiveram espaço para mostrar sua essência.. e
também, parece-me que no filme o suicídio da mãe de Ann foi muito mais
"explorado" que no mangá... tornando a produção definitivamente
mais dramática.... também penso que Ann na versão filme, especialmente
quando adulta, foi retratada mais ambígua e ausente da própria vida..
parece que ela sempre está a um passo de um desfiladeiro interno... sem dúvida,
a versão filme passa muito mais seu sofrimento mental do que a versão mangá...
no final das contas, Sunadokei - o filme é quase um estudo de caso sobre luto e
processo depressivo....
Credo.. falando assim, devem pensar.. "por que então é
uma das minhas séries preferidas?" ... hahaha eu particularmente não
gosto de drama... mas na versão mangá, o drama concentrado mostrado no filme
estava mais diluído, mais intercalado com os altos da vida, e não preso só nos
baixos.. rs... então gosto dessa série por ser bastante realista... Apesar
de vários sofrimentos, Ann também teve várias alegrias, e no final do
mangá percebe-se que a vida continua, e ela se mostra mais preparada para
continuar a vida... a Ann do filme, não tenho tanta certeza... rs...
Mas acho que é assim mesmo, né? Dependendo do foco da
produção, temos idéias diferentes dos personagens... se houvesse outro filme
enfatizando só o lado bom, talvez pensaríamos "nossa como a Ann é
insensível, nem pensa na morte da mãe" hehe
De qualquer forma, ainda
fico com a versão mais equilibrada da vida de Ann: a do mangá. (embora o filme
tenha sido realmente muito bom).
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