Me deparei com esse anime por acaso. A resenha super
simplificada parecia tratar de uma obra bastante promissora.. dizia
algo como "Psiquiatra excêntrico atendendo diversos pacientes".
Ok. Topei a parada e fui assistir. Ora ora ora... vivenciei coisas bastante
interessantes a medida que assistia... de cara, lembrei da faculdade, quando os
professores passavam filmes e casos para que estudássemos... muito bom lembrar
daqueles tempos e das maluquices também.. hehe.
Mas sabe, é um anime difícil de comentar... quando algo é
absolutamente diferente e bizarro, te faltam padrões para avaliação...
Bem.. o ritmo da série é adequado... 11 episódios não são
suficientes para cansar, entretanto, considero os 3 primeiros episódios ruins
se comparado com os demais... da metade da série para o final os casos são mais
interessantes e a finalização da série é muito boa.
A animação e arte é completamente diversa e psicodélica... a
combinação esdrúxula de cores chega a doer nos olhos, os traços dos personagens
variam bastante, de mais delicados até beirando a grotescos.. Os recursos de
animação também são dos mais variados... animação, computação gráfica, recortes
(!!!) e aquela técnica que se redesenha filmagens... (mistura de desenho com
filme) ... (alias, isso é bastante usado em Kuchu Buranko... lugares, atores
reais, expressões humanas misturam-se ao desenho). Toda essa mistura de
técnicas visuais e gráficas acabam, no final, combinando com o tema proposto da
série.. parecem acompanhar o turbilhão que as mentes ali retratadas vivem.
Penso que só é suportável assistir a essa série se tivermos
em mente que tudo o que aparece na tela vem retratar principalmente estados
mentais, emoções, evolução, doença e sanidade. Praticamente todos os recursos
são usados para justamente causar uma certa estranheza ao telespectador.
É realmente bem dificil uma cena se apresentar como normalmente veríamos
no dia a dia...
Falando de trilha sonora... para acompanhar a variedade de
recursos usados na composição do anime, a música também é bastante variada,
contando até com algumas peças clássicas de ópera, mas predominantemente é o
technopop que reina.. a abertura tem um ritmo gostoso e o tema de encerramento
também é bastante adequado dando um gostinho de quero mais.
Sobre os personagens.... show a parte... os dramas sao bem
construídos e convincentes (até aqueles retratados de maneira mais bizarra
beirando ao mal gosto, como no episódio 2, hehe).. cada paciente é um mundo de
esquitices e é impossível não se identificar com alguma delas..... e o
psiquiatra Irabu Ichiro com certeza rouba a cena sempre que aparece, em
qualquer uma de suas 3 formas.....
....sim, ele tem 3 formas diferentes... a primeira retratada
como uma criança séria e objetiva, a segunda como um jovem mais brincalhão e
sarcástico e a terceira como um adulto que usa uma imensa cabeça de urso
completamente pirado e sádico... seu consultório, um espaço amplo e de cores e
formas psicodélicas, se localiza nos porões do hospital, depois de se
caminhar por muitos corredores cinzentos e vazios... (o consultório deve ser
alguma representação do inconsciente... de tão pirado que é... e pela própria
localização dele.....)
Também há a enfermeira Mayumi-chan que usa um uniforme rosa
choque (diretamente de algum sex shop) cuja unica função é aplicar injeções que
não servem absolutamente para nada, a não ser causar dor nos pacientes
satisfazendo assim os desejos sádicos de Irabu... alias, depois da injeção
também aparece a cabeça de algum animal no lugar da cabeça do paciente... o
animal sempre tem alguma correlação com a doença do paciente....
....mas creio eu que isso está mais para representação dos
processos mentais de Irabu do que qualquer outra coisa..... dá a entender que
depois que o médico se satisfaz vendo a dor do paciente, ele consegue ver
/entender a doença .. e representa isso com a cabeça de algum animal...
ENFIM..... qualquer partezinha de 30 segundos de qualquer
cena de qualquer episódio é passível de explicação psicológica e/ou viagem na
maionese das mais profundas.....
Anime altamente recomendado para professores de psiquiatria
e psicologia que queiram causar dor de cabeça em seus alunos.. Eu faria isso.
Certeza. hehehehehhehe
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